domingo, 28 de julho de 2013

Inquietação

Eu sempre faço do meu mural um muro das lamentações.
Pois bem, hoje não reclamo. Exponho, partilho e teço parte da minha inquietação, que mais que mental, sussurra no meu espírito.
Aquilo que há em mim de mais turbulento e volátil não é de nada algo humano, suponho.
É vontade de ser livre. Não livre de todo meio social, mas livre da limitação com a qual convivi. Não a quero mais. Nunca a quis. 
Eu quero é ter um pedacinho de terra móvel: um dia na velha Bastilha, outro nos jardins nipônicos, a muralha chinesa, o ser humano, naquilo que tem de mais histórico. Quero ver a miséria da África Subsaariana e da Etiópia, bem como a riqueza das metrópoles sauditas.
Quero caminhar pelas dunas de Natal, e quero também poder banhar nas águas lacustres de Dourados.
Quero estudar teologia nos mosteiros tibetanos e gritar bem alto no Gran Canyon.
Quero correr com os cachorros na escócia, pular no Rio Sena, andar nas montanhosas viniculturas do norte da Itália e ir ao Egito.
Quero abraçar a Alemanha de Anne Frank, e paralisar no "um minuto" de Jerusalém. Quero chorar com Gaza e ser um membro da Cruz Vermelha.
Sorrir com os eslavos e ajudar os russos a serem democráticos. Quero viver, TUDO ISSO, sempre com uma bolsa de livros ao lado. Sempre renovada, quando já lidos todos aqueles que lhe eram contidos.
Quero o prazer de aprender e a velhice da ignorância. Quero poder pensar e descobrir o mundo. Assumir que não sei e morrer sabendo que nada sou.

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